O verão é sinónimo de calor, sol, praia e piscina. No entanto, também pode trazer alguns desafios para a saúde íntima da mulher. As infeções vaginais tendem a ser mais frequentes nesta altura do ano, devido ao aumento da temperatura, da humidade e ao contacto mais frequente com a água.
Para nos ajudar a compreender melhor este tema, conversámos com Diana Ferreira, farmacêutica e Junior Brand & Trade Marketing Manager da marca Lafemidia, que participou numa live no Instagram da Farmácia de Lomar. Nesta conversa, partilhou dicas práticas para prevenir desconfortos e cuidar da saúde íntima durante os meses mais quentes.

Porque é que as infeções são mais comuns no verão?
Segundo Diana Ferreira, existem vários fatores que contribuem para o aumento das infeções nesta época do ano:
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Calor e transpiração: a região íntima torna-se mais quente e húmida, o que favorece o desenvolvimento de fungos e bactérias. “Se pensarmos bem, quando estamos na praia passamos muito tempo com o biquíni molhado, o que contribui para que a zona íntima fique mais propensa à proliferação de fungos e bactérias”, explicou.
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Desidratação: “Muitas vezes, no verão, acabamos por beber menos água do que deveríamos. Preferimos outras bebidas refrescantes, como refrigerantes ou álcool, que na verdade favorecem a desidratação”, alertou.
Quais os tipos de infeções vaginais e como distingui-los?
Existem diferentes tipos de infeções vaginais: fúngicas, bacterianas ou mistas.
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Infeção fúngica (candidíase): causada por fungos, sobretudo pela Candida. Os sintomas mais comuns são dor, ardor, comichão e corrimento espesso e esbranquiçado.
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Infeção bacteriana: causada por bactérias e muitas vezes assintomática — em 50% dos casos não provoca dor. É comum em mulheres em idade fértil e pode surgir associada à atividade sexual (embora não seja sexualmente transmissível). O sintoma mais característico é o corrimento acinzentado com odor forte a “peixe”.
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Infeções mistas: podem apresentar sintomas sobrepostos de candidíase e vaginose bacteriana, o que torna o diagnóstico mais difícil.
Devido à semelhança dos sintomas, muitas vezes é complicado para a mulher identificar corretamente o tipo de infeção e até para o farmacêutico propor a solução mais adequada.

Existe uma faixa etária em que estas infeções são mais prevalentes?
De acordo com Diana Ferreira, não existe uma faixa etária específica. O que influencia é o pH vaginal, que varia consoante a fase da vida da mulher:
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Durante a menstruação, o pH aumenta, o que pode favorecer o aparecimento de infeções, sobretudo em mulheres com maior fluxo.
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Na menopausa, o pH tende a aumentar e é comum surgirem infeções ou secura vaginal.
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Na gravidez e no pós-parto também ocorrem alterações que podem predispor a estes problemas.
Secura vaginal ou infeção vaginal: como distinguir?
A secura vaginal é comum na gravidez, no pós-parto e na menopausa, podendo ser confundida com uma infeção.
No entanto, nas infeções vaginais existem geralmente outros sintomas associados, como corrimento anormal e odor intenso, que não surgem apenas na secura vaginal.
A secura pode, por si só, provocar dor, ardor e até pequenas lesões durante as relações sexuais, mas não está associada a alteração de corrimento ou cheiro.
Ignorar os sintomas pode agravar o problema?
Sim. É fundamental procurar ajuda assim que surjam os primeiros sinais. O farmacêutico é muitas vezes o primeiro profissional de saúde a quem a mulher recorre, podendo aconselhar ou encaminhar para o médico, caso necessário.
A farmacêutica Diana Amaral acrescentou ainda que muitas farmácias dispõem de gabinete de atendimento personalizado, para que as mulheres se sintam mais à vontade ao partilhar os seus sintomas.
Hábitos simples para prevenir infeções vaginais
Pequenas mudanças no dia a dia podem reduzir significativamente o risco:
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Evitar permanecer muito tempo com o fato de banho molhado;
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Levantar-se regularmente se passa longas horas sentada;
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Utilizar roupa interior em algodão e roupas leves;
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Beber bastante água para manter uma boa hidratação;
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Manter uma higiene íntima suave, sem produtos agressivos;
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Gerir o stress;
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Ter atenção quando se inicia a toma de medicamentos que possam alterar a flora vaginal;
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Apostar numa alimentação equilibrada, que apoia o sistema imunitário e o equilíbrio da flora vaginal.
A importância da alimentação e da flora vaginal
A flora vaginal, também chamada de microbiota vaginal, é composta por bactérias “boas” que protegem a região íntima de agentes nocivos. Quando este equilíbrio se perde, aumentam as probabilidades de infeção.
A alimentação tem um papel fundamental nesse equilíbrio. Uma dieta saudável — e, quando necessário, o recurso à suplementação — pode ser determinante para manter a flora vaginal saudável.
Lafemidia: aliado da saúde íntima
Um exemplo de prevenção é o Lafemidia, um dispositivo médico em comprimidos vaginais que atua nos três tipos de infeções vaginais mais comuns: bacterianas, fúngicas e mistas.
Segundo Diana Ferreira, o Lafemidia:
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Ajuda a restaurar o pH vaginal;
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Contém prebióticos que alimentam as bactérias benéficas;
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Inclui vitamina E e ácido hialurónico, que contribuem para hidratar a mucosa vaginal e aliviar rapidamente os sintomas;Apoia a recuperação e prevenção de desequilíbrios da flora vaginal.

As infeções vaginais são muito comuns — praticamente todas as mulheres terão pelo menos uma ao longo da vida. Mas é possível preveni-las com hábitos simples, cuidando do pH vaginal e mantendo a flora equilibrada.
Como reforça Diana Ferreira: “Muitas vezes fazemos o tratamento, mas isso não garante a reposição da flora que a mulher necessita. É essencial investir sempre primeiro na prevenção.”
Na Farmácia de Lomar, estamos disponíveis para esclarecer dúvidas, apoiar na prevenção e ajudá-la a encontrar as melhores soluções para a sua saúde íntima.